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Um pouco sobre a Abelha Uruçu-boi "Melipona fuliginosa"




Um pouco sobre a Abelha Uruçu-boi "Melipona fuliginosa"

A Melipona fuliginosa, popularmente conhecida como manduri-preto, uruçu, uruçu-boi, erereú-negra, turuçu ou mel-de-anta, é uma espécie de abelha social da subfamília dos meliponíneos (abelhas sem ferrão). Ela apresenta coloração negra e mede cerca de 13 mm de comprimento, sendo a maior das abelhas dessa subfamília no Brasil. É encontrada em numerosos estados brasileiros, como Piauí, Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, Maranhão e Mato Grosso, além de provavelmente ocorrer em outros estados ainda não catalogados. Também é encontrada em países como Argentina (Salta), Bolívia (El Beni, La Paz, Santa Cruz), Guiana Francesa (Cayenne, Kourou), Guiana (Cuyuni-Mazaruni), Suriname (Marowijne), Venezuela (Amazonas) e Colômbia.


Essa espécie de abelha é conhecida como cleptobiótica ou pilhadora, pois saqueia os ninhos de outras espécies para obter o mel, pólen e cera armazenados. Há relatos de que a Melipona fuliginosa Lepeletier pode ser uma ladra agressiva, capaz de eliminar colmeias inteiras de Apis mellifera, decapitando as operárias que defendem seus ninhos. Na Colômbia (Santander e Llanos Orientais), os motivos desses ataques nem sempre foram evidentes, ocorrendo tanto em épocas de escassa produção de néctar, quando a M. fuliginosa roubou as provisões, quanto em épocas de bom fluxo de néctar, quando foram relatados ataques sem pilhagem.


Há poucos estudos sobre a Uruçu Boi e ainda temos muito a aprender sobre o manejo dessa espécie.


Um fato interessante é que no livro "Memoria Acêrca das Abêlhas da Provincia do Piauhí, no Imperio do Brazil" de Leonardo da Senhora das Dores Castello-Branco (1842),

(https://drive.google.com/file/d/1EUH3uPBKjwCM28Ql79AbAEXK4YigCbQ-/view?usp=sharing)

 foi registrado a presença da Uruçu Boi no Piauí. Com o tempo e mais estudos, descobriu-se que se tratava de três espécies distintas.


Fonte: [https://www.scielo.br/j/rbent/a/grGMPPtjVS9sLGKVwwZHsnR/]


Três espécies são reconhecidas: Melipona (Michmelia) fuliginosa Lepeletier, 1836, com ampla distribuição desde o Suriname e Guiana Francesa até o sudeste do Brasil e noroeste da Argentina; M. (Michmelia) titania Gribodo, 1893 (revalidado), endêmica do oeste da Amazônia; e M. (Michmelia) fallax sp. nov., do noroeste do Equador até a América Central. A Melipona fuliginosa se distingue pela densa e plumosa pilosidade dos tergos metassomáticos II-V, tanto nos machos como nas operárias, e pelo primeiro tarsômero da perna III do macho, que é mais largo que longo. Em M. titania e M. fallax sp. nov., a pilosidade dos tergos II-V é escassa e simples, não plumosa, e o primeiro tarsômero é tão longo quanto largo ou mais longo que largo. As operárias de Melipona titania e M. fallax sp. nov. podem ser diferenciadas pela forma do penicilo, que é fortemente sinuoso em M. titania, e nos machos de M. fallax sp. nov., as órbitas internas dos olhos são paralelas, enquanto em M. titania, as órbitas são convergentes na parte inferior. Novos registros geográficos, dados bionômicos e uma chave de identificação das espécies são apresentados. Além disso, são feitos comentários sobre o padrão biogeográfico e sobre as glândulas tergais das rainhas.


Essa espécie constrói grande parte de seu ninho, em formato tubular, utilizando resina, sementes e barro."

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